Fundecitrus

Pragas e Doenças

Uma diversidade de pragas e doenças afeta a citricultura brasileira. Por meio de pesquisas, o Fundecitrus, em parceria com outras instituições, busca oferecer aos citricultores e à comunidade científica um material de referência para a identificação, prevenção e controle das pragas e doenças mais frequentes ou impactantes nas principais regiões produtoras de citros do país.

Leprose / Ácaro-da-leprose

Cancro cítrico

Morte Súbita dos Citros (MSC)

Pinta preta

Podridão floral

Bicho-furão

Moscas-das-frutas

Mosca-negra

Ortézia

Pulgões

Minador-dos-citros

Escama farinha

Ácaro-da-falsa-ferrugem

Ácaro-branco

Ácaros tetraniquídeos

Ortézia

A cochonilha ortézia (Orthezia praelonga) é uma das pragas que mais podem provocar danos aos citros. Afeta todas as variedades de citros, além do café, plantas invasoras e cerca de 30 espécies ornamentais. Quando o foco inicial não é controlado, pode levar à erradicação de todo o talhão afetado.

A praga foi registrada pela primeira vez no Brasil em 1938, no estado de Pernambuco. Em 1947, sua presença foi constatada no Rio de Janeiro. No estado de São Paulo, foi identificada em 1978, no município de Severínia. Atualmente, está presente em todos os estados brasileiros.

Sintomas

Sintomas

A ortézia prejudica a planta de forma direta e indireta. O inseto suga a seiva ao mesmo tempo em que introduz toxinas, provocando desfolha, enfraquecimento da árvore e queda de frutos — que pode ultrapassar 50%. Os frutos que sobram apresentam maior acidez e baixo teor de açúcar. Em casos mais graves, tornam-se muito pequenos e impróprios para o comércio.

Os danos indiretos incluem o desenvolvimento do fungo do gênero Capnodium sp. (fumagina), que dificulta os processos fisiológicos da planta. A liberação de toxinas também compromete o crescimento vegetativo, resultando em desfolha e significativa redução da produção.

Nos casos de total falta de controle, a ação conjunta da ortézia e da fumagina pode provocar a morte da planta.

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Disseminação

O ataque da ortézia é mais intenso durante os períodos mais secos e frios do ano. A ocorrência se dá em reboleira. Inicialmente, o inseto forma colônias localizadas, instalando-se nas folhas e no interior da copa. Caso não seja controlada nessa fase, a ortézia pode se espalhar por toda a propriedade. Em ataques severos, também pode aparecer na parte de cima das folhas, em galhos, troncos e até nas plantas invasoras existentes sob a copa das árvores.

A praga se espalha pelo pomar por meio do material de colheita, roupas, pessoas, veículos, ventos e até pelo jato do pulverizador. Por isso, é muito importante fazer inspeções antes das operações de colheita e pulverização.

A disseminação também pode ocorrer, embora com menor frequência, por meio de algumas espécies de formigas que se alimentam do líquido açucarado eliminado pela ortézia.

Controle

Controle

Como outras espécies de cochonilhas, a ortézia possui ovissaco — uma câmara na qual os ovos são depositados que não é atingido por inseticidas nem atacado por inimigos naturais. Essa característica dificulta tanto o controle químico quanto o biológico.

O combate à ortézia deve ser feito em reboleiras com as seguintes medidas:

1. Encontrar todos os focos de ortézia no talhão e/ou na propriedade;

2. Controlar as plantas invasoras nos focos de ocorrência, em um raio de pelo menos 20 metros. Essa medida serve também para localização dos focos e checagem da eficiência do controle;

3. Aplicar inseticida de contato para eliminar as ninfas e adultos e/ou inseticida sistêmico para controlar as ninfas que estão protegidas no ovissaco e que emergirão após o término do residual do inseticida de contato. Deve-se adicionar óleo mineral ou vegetal para melhorar a eficiência do controle e a retirada da fumagina;

4. Reaplicar inseticida após 15 dias para eliminar eventuais reinfestações, caso não tenha sido utilizado inseticida sistêmico;

5. Fazer uma terceira aplicação, caso a incidência seja muito grande;

6. Após o controle, é necessário continuar o monitoramento do inseto;

7. Restringir a entrada de pessoas, máquinas e equipamentos no talhão;

8. Colher primeiro os talhões sem a praga, deixando os infestados para o final do trabalho;

9. Restringir as operações na área pulverizada até que o inseticida tenha completado seu efeito;

10. Implantar cercas vivas como medida de manejo ambiental;

11. O grande número de plantas hospedeiras facilita a disseminação e a recontaminação do pomar. Em casos de infestação, o ideal é eliminar as plantas invasoras nas reboleiras.

Controle biológico

A aplicação de fungos entomopatogênicos, como Beauveria bassiana, Verticillium lecanii e Fusarium sp., é uma opção de controle biológico. A aplicação deve ser feita durante o período chuvoso, observando-se o uso de fungicidas, que podem inibir o seu resultado e comprometer seu efeito.