Fundecitrus

Pragas e Doenças

Uma diversidade de pragas e doenças afeta a citricultura brasileira. Por meio de pesquisas, o Fundecitrus, em parceria com outras instituições, busca oferecer aos citricultores e à comunidade científica um material de referência para a identificação, prevenção e controle das pragas e doenças mais frequentes ou impactantes nas principais regiões produtoras de citros do país.

Leprose / Ácaro-da-leprose

Cancro cítrico

Morte Súbita dos Citros (MSC)

Pinta preta

Podridão floral

Bicho-furão

Moscas-das-frutas

Mosca-negra

Ortézia

Pulgões

Minador-dos-citros

Escama farinha

Ácaro-da-falsa-ferrugem

Ácaro-branco

Ácaros tetraniquídeos

Mosca-negra

De origem asiática, a moscanegra (Aleurocanthus woglumi) causa danos diretos e indiretos aos citros, prejudicando o desenvolvimento e a produção das plantas.

Essa praga pode ser disseminada pelo transporte de material vegetal, principalmente de plantas ornamentais, pelo homem e carregada pelo vento.

As espécies de citros são os hospedeiros primários, mas a moscanegra pode infestar mais de 300 espécies de plantas, incluindo abacateiro, cajueiro, videira, lichieira, goiabeira, mamoeiro, pereira, roseira, além de plantas ornamentais e daninhas, sendo transportadas facilmente entre regiões.

A moscanegra dos citros tem ocorrência registrada na África, Américas, Ásia e Oceania. Na América do Sul, está presente na Colômbia, Equador, Peru, Suriname e Venezuela. No Brasil, foi encontrada em meados de julho de 2001, na região metropolitana de Belém (PA). Atualmente, está disseminada em vários estados brasileiros, incluindo São Paulo, onde foi observada pela primeira vez em 2008, inicialmente em pomares do município de Artur Nogueira e, posteriormente, em Cosmópolis, Paulínia, Engenheiro Coelho, Limeira, Piracicaba, Mogi Mirim e Holambra.

Ciclo

Ciclo

O ciclo de ovo a adulto varia de 45 a 133 dias. Quando atinge a fase adulta, apresenta cabeça amarelada e tórax e abdômen de coloração alaranjada. Os adultos apresentam corpo cinza-escuro, com faixas avermelhadas no tórax e no abdômen, e medem entre 0,99 e 1,24 mm. As fêmeas são maiores que os machos e colocam de 35 a 50 ovos, em forma espiralada, na superfície inferior das folhas. Os ovos são de coloração amarelo-alaranjada. Uma fêmea pode colocar até 100 ovos ao longo de seu ciclo de vida, que pode durar de 45 a 103 dias, conforme a temperatura.

Mosca adulta

As ninfas nascem de 7 a 10 dias após a oviposição. A ninfa de 1º ínstar tem formato ovalado; a de 2º ínstar é mais oval e convexa, mede cerca de 0,4 x 0,2 mm e apresenta coloração marrom-escura, com espinhos sobre o corpo. A ninfa de 3º ínstar mede aproximadamente 0,87 x 0,74 mm e possui coloração negra. No 4º ínstar, também chamado de pupa, apresenta uma franja marginal branca.

Ovos de moscas na folha
Sintomas

Sintomas

A moscanegra alimenta-se da seiva das plantas, debilitando-as, provocando murchamento e, em alguns casos, podendo levá-las à morte, caso não sejam realizadas medidas de controle. A fumagina, causada pelo fungo Capnodium sp., se desenvolve sobre as excreções da moscanegra e chega a revestir totalmente a folha, reduzindo a fotossíntese e impedindo a respiração da planta.

Controle

Controle

O monitoramento deve ser realizado por meio de inspeções semanais nas brotações novas, examinando a face inferior das folhas jovens e maduras à procura de sinais da presença da moscanegra (ovos, ninfas, pupas e adultos).

Recomenda-se a pulverização de adulticidas associados a reguladores de crescimento. Também é necessária a aplicação de óleo mineral para retirar a fumagina da superfície das folhas e dos frutos. Em áreas com altas populações, pode ser necessária mais de uma aplicação.

O controle biológico também é indicado para a moscanegra, sendo mais efetivo com as vespinhas Encarsia opulenta e Amitus hesperidum. Outra opção é o uso do fungo Aschersonia aleyrodis, que ocorre naturalmente em algumas regiões e épocas do ano.