Pesquisa e Desenvolvimento

A área de pesquisa do Fundecitrus tem sua posição consolidada na comunidade científica, oferecendo suporte para o controle das principais pragas e doenças da citricultura.

Pesquisa

A área de pesquisa do Fundecitrus tem sua posição consolidada na comunidade científica, com pesquisadores de todo o mundo reconhecendo a instituição como uma referência na pesquisa ligada aos citros.

O antigo Departamento Científico do Fundecitrus, atualmente denominado área de Pesquisa e Desenvolvimento, surgiu de uma visão estratégica do setor que, ao mesmo tempo, necessitava de respostas rápidas para os problemas sanitários da cultura e vislumbrava nas pesquisas o futuro sustentável do negócio.

Nasceu, então, em 1994, o trabalho de um órgão que, além de fazer as pesquisas mais urgentes para o setor, exerce o papel de articulador e financiador de estudos desenvolvidos por outras instituições.

Os pesquisadores do Fundecitrus trabalham, em parceria com institutos nacionais e internacionais,
na geração de tecnologia para aplicação direta no campo. O objetivo é oferecer suporte para o controle
das principais doenças da citricultura, com maior eficiência nas técnicas de manejo e redução
dos custos de produção.

Com a participação do Fundecitrus, foi realizado o sequenciamento da bactéria Xylella fastidiosa (causadora da CVC), o primeiro genoma de um fitopatógeno do mundo; o desenvolvimento de uma armadilha de monitoramento do bicho-furão a partir do feromônio; a identificação da Morte Súbita dos Citros (MSC) e do greening; e o estabelecimento de pacotes de manejo para as principais doenças de citros.

Laboratórios

Pesquisa e Diagnóstico

Fundado em 1997 para atender à pesquisa e ao diagnóstico da bactéria Xylella fastidiosa, causadora da Clorose Variegada dos Citros (CVC), o Laboratório de Pesquisa e Diagnóstico passou por expansão em 1999, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – Fapesp, atuando em pesquisas sobre as demais pragas e doenças prioritárias dos citros.

O laboratório conta com uma equipe de pesquisadores, analistas, técnicos, auxiliares e assistentes. Está equipado para atuar em microbiologia, biologia molecular e bioquímica, permitindo executar pesquisas que determinam quais organismos causam as doenças, como são, como e quando agem, além de demonstrar suas diferenças, com o objetivo de buscar alternativas para o controle das doenças dos citros. Funciona como um laboratório multiusuário, aberto aos pesquisadores do Fundecitrus e suas equipes, atendendo a dezenas de projetos desenvolvidos pela instituição ou por parceiros de outras instituições nacionais e internacionais.

Serviço de diagnóstico de greening e CVC

O laboratório oferece um serviço de diagnóstico aos citricultores, realizando testes para detecção de greening (HLB) e CVC, o que auxilia no manejo adequado das doenças.

O diagnóstico é feito por meio de uma técnica molecular sensível e específica, que permite detectar a presença do DNA do patógeno de interesse por meio da reação em cadeia da polimerase, conhecida como PCR em tempo real (qPCR). Adicionalmente, viabiliza a detecção e quantificação simultânea dos patógenos, agilizando a obtenção de resultados com maior segurança na análise.

A maior demanda de diagnósticos do laboratório é por análises de greening. Desde a descoberta da doença no Brasil, no início de 2004, foram realizados mais de 108 mil testes aos citricultores.

Além de atender o produtor citrícola, a equipe do diagnóstico realiza o mesmo procedimento para amostras de projetos de pesquisa do Fundecitrus e de seus colaboradores, com a análise de amostras de plantas e de psilídeos. Nesses projetos, o intuito pode ser detectar ou quantificar as bactérias associadas ao greening, visando identificar plantas infectadas, definir gama de hospedeiros suscetíveis, identificar transmissão por enxertia ou insetos, determinar a quantidade de psilídeos com a bactéria, entre outros objetivos relacionados.

Envio de amostras e serviço de diagnóstico

Suporte para outras áreas da instituição

O Laboratório de Pesquisa e Diagnóstico também atende outros grupos de pesquisa prioritários do Fundecitrus.

São realizados trabalhos de caracterização das populações de bactérias do greening, por meio de estudos de seus genomas; estudos das diferentes linhagens de bactérias causadoras do cancro cítrico (Xanthomonas axonopodis patovar citri) e a sua resistência ao cobre; genotipagem de porta-enxertos; isolamento e crescimento em meios de cultura do fungo causador da pinta preta (Phyllosticta citricarpa), assim como sua detecção por qPCR e análise de variabilidade; além da detecção e do estudo da variabilidade do vírus CTV (Citrus tristeza virus), agente causal da tristeza dos citros, entre outros patógenos e temas relevantes à sanidade dos pomares.

Clínica Fitopatológica

O Laboratório de Pesquisa e Diagnóstico também conta com uma Clínica Fitopatológica, onde são realizadas atividades de rotina de experimentos com doenças fúngicas, bem como diagnose com isolamento de possíveis fungos patogênicos em materiais de citros com sintomas trazidos do campo.

O ambiente laboratorial é de 60 m², delimitado do ambiente externo por uma antecâmara. A clínica também possui Certificado de Qualidade em Biossegurança (CQB) e conta com lupas estereoscópicas, microscópios ópticos, câmaras de fluxo laminar, câmaras de crescimento e autoclave. As coleções de isolados de fungos fitopatogênicos da Micoteca do Fundecitrus ficam armazenadas na clínica.

Biotecnologia

Biotecnologia

O Fundecitrus iniciou, em 2009, seu programa de Biotecnologia, com infraestrutura e equipamentos de tecnologia avançada e profissionais qualificados para o desenvolvimento de plantas cítricas resistentes às principais pragas e doenças dos citros.

O laboratório conta com uma estrutura anexa de estufas para o desenvolvimento de plantas cítricas e produção de material de propagação. A equipe é composta por pesquisadores, analistas, técnicos, engenheiroagrônomo e auxiliares.

As principais linhas de pesquisa em desenvolvimento são na área de greening, controle conjunto de pinta preta, cancro cítrico e moscas-das-frutas, além da melhoria da qualidade dos frutos.

Principais projetos em andamento

Projeto Repelência

Observações e experimentos de campo no Vietnã mostraram menor incidência de psilídeos dos citros (Diaphorina citri) e de plantas com greening na situação de plantio consorciado citros/goiaba em comparação à monocultura de citros.

Estudos iniciais mostraram a presença de compostos orgânicos voláteis, particularmente elevadas quantidades de cariofileno, que desempenham atividade repelente ao psilídeo.

Embora o plantio em conjunto de citros e goiaba não seja viável em escala comercial, como praticado pela citricultura no estado de São Paulo, a descoberta do mecanismo de ação repelente da goiabeira abriu uma possibilidade de aplicação biotecnológica.

Nesse sentido, o objetivo deste projeto é tornar a laranja-doce repelente ao psilídeo dos citros pelo aumento da produção e emissão de cariofileno, produzido abundantemente pelas folhas da goiabeira, mas produzido em baixas quantidades nas laranjeiras.

O cariofileno na forma pura foi testado em olfatometria, com o intuito de determinar a mínima concentração repelente ao psilídeo. Como os compostos voláteis emitidos pelas plantas são percebidos pelo psilídeo, a emissão tem sido analisada em condições de laboratório.

Projeto borda atraente e letal ao psilídeo

O objetivo deste projeto é produzir uma planta letal ao psilídeo de forma que sua atração natural possa ser usada como uma planta isca, e que seja letal ao psilídeo durante a alimentação nesta planta.

A planta atraente não deve permitir a multiplicação da bactéria do greening, para que não seja fonte de infecção. Com esta finalidade, a Bergera (ou Curry Leaf) é uma espécie promissora.

Projeto Redução do limoneno na casca de frutos para tolerância à Pinta Preta, Mosca das Frutas e ao Cancro cítrico

O objetivo deste projeto é gerar plantas de laranja-doce que produzam menor quantidade de limoneno na casca do fruto na fase de maturação.

Frutos com essa característica são menos atraentes às moscas-das-frutas, demonstraram resistência ao fungo causador da pinta preta em condições de laboratório e deverão ser testadas contra o cancro cítrico.

Projeto Desenvolvimento de vetor CTV para o controle de HLB

O projeto tem como objetivo o desenvolvimento de um vetor ou clone infeccioso a partir do Vírus da Tristeza dos Citros (CTV) que possa ser utilizado em laboratório em testes contra o greening, por meio da expressão de gene(s) de resistência ao greening (bactéria ou inseto), denominado vetor CTV.

Projeto Melhoramento Genético para Resistência ao Greening

As variedades cítricas comerciais existentes são suscetíveis ao greening. Entretanto, alguns Microcitrus e Eremocitrus, que são citros compatíveis sexualmente e fisiologicamente aos citros, apresentam resistência genética à bactéria do greening.

Assim, está sendo desenvolvido um programa de melhoramento genético voltado ao greening, ao mesmo tempo que o uso desses genótipos como porta-enxertos e interenxertos é avaliado quanto ao seu emprego no controle da doença.

O objetivo é identificar, entre os híbridos gerados a partir do cruzamento dessas espécies resistentes com laranja-doce ou tangerinas, as informações genéticas que controlam a resistência ou susceptibilidade à doença e gerar, a partir dessas informações, plantas comerciais de citros resistentes ao greening através do uso de ferramentas biotecnológicas.

Projeto de desenvolvimento de laranjas com incremento no conteúdo de antocianinas e carotenóides

Os frutos e sucos cítricos são importantes fontes de vitamina C, micronutrientes e de compostos bioativos, como os carotenóides e flavonóides, com efeitos sinérgicos na prevenção de doenças em humanos. Neste projeto, o objetivo é aumentar o conteúdo e a disponibilidade dos compostos bioativos carotenos e antocianinas nas variedades adaptadas ao mercado brasileiro, através de condições ambientais adequadas e estratégias de biotecnologia.

Ecologia Química e Comportamento de Insetos
Ecologia Química e Comportamento de Insetos

Ecologia Química e Comportamento de Insetos

Criado em 2010, o Laboratório de Ecologia Química e Comportamento de Insetos abriu uma nova frente de pesquisas no Fundecitrus, voltada para o estudo de semioquímicos (compostos químicos utilizados na comunicação entre organismos vivos) e comportamento de insetos.

Sua estrutura e equipamentos de tecnologia avançada permitem a investigação de voláteis de plantas e insetos, e o papel desses compostos na interação entre insetos e plantas (semioquímicos atrativos e repelentes), bem como a interação entre insetos de mesma espécie (feromônios), buscando o desenvolvimento de novas ferramentas e táticas para o Manejo Integrado de Pragas dos Citros.

Atualmente, os trabalhos estão voltados à identificação e bioatividade de compostos químicos voláteis atrativos para o desenvolvimento de ferramentas de monitoramento do bicho-furão-dos-citros, do psilídeo Diaphorina citri e das moscas-das-frutas, além de compostos repelentes ao psilídeo.

O laboratório também auxilia fabricantes no desenvolvimento de armadilhas para o complexo de insetos-praga e vetores de doenças dos citros, utilizando compostos atrativos ou atração por cor, como no caso dos cartões adesivos amarelos usados para o monitoramento do psilídeo.

Estrutura do laboratório

A estrutura do Laboratório de Ecologia Química e Comportamento de Insetos conta com sala para preparo de amostras, sala para criação de insetos, salas para coleta de voláteis de plantas e insetos, três salas para estudos comportamentais de insetos (olfatometria), sala para apoio à pesquisa, além de uma casa de vegetação adjacente para produção de plantas e condução de ensaios em semi-campo.

Com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - Fapesp, em 2021, um Laboratório de Química de 90 m² foi adicionado às instalações do Laboratório de Ecologia Química.

A estrutura do Laboratório de Química conta com uma sala para preparo de amostras e um equipamento multiusuário (EMU): cromatógrafo gasoso acoplado a um detector de espectrometria de massas triploquadrupolar sequencial – GC-MS/MS. Ao GC-MS/MS também foi acoplado o equipamento Dessorvedor Térmico (TD), de propriedade do Fundecitrus, utilizado para a inserção de compostos orgânicos voláteis. O TD-GC-MS/MS tem como principal objetivo realizar os experimentos do projeto temático ao qual foi concedido e atender à demanda de experimentos da instituição, além de, mediante a disponibilidade do equipamento, dar a oportunidade aos usuários de instituições públicas e privadas de obterem seus dados experimentais de pesquisas no EMU. O plano de gestão de uso do EMU/Fapesp está disponível no endereço www.fundecitrus.com.br/emu.

A equipe multidisciplinar do Laboratório de Ecologia Química e Comportamento de Insetos é formada por pesquisadores científicos, químicos, biólogos e engenheiros-agrônomos.

Laboratório de Controle Biológico

O Laboratório de Controle Biológico do Fundecitrus conta com uma biofábrica de criação de Tamarixia radiata, vespinha inimiga natural do psilídeo Diaphorina citri, inseto transmissor da bactéria do greening.

A biofábrica foi inaugurada em 2015 e tem o apoio da Bayer CropScience, como parte da parceria “Citrus Unidos”, firmada entre as instituições com o objetivo de desenvolvimento de novos produtos e tecnologias sustentáveis.

Com capacidade para criar 50 mil vespinhas por mês, o objetivo é contribuir com o manejo sustentável do greening, proporcionando um meio natural de reduzir a população de psilídeo e, consequentemente, diminuir a infecção primária do greening nos pomares.

As vespinhas são liberadas em áreas com citros e murta que não recebem controle químico, como pomares abandonados, espaços urbanos, chácaras e sítios e que podem servir de criadouros do psilídeo, diminuindo a sua população e evitando que o inseto migre para pomares comerciais. As áreas para solturas são identificadas pelo Alerta Fitossanitário, ferramenta do Fundecitrus que auxilia os citricultores no manejo regional do greening.

A liberação de Tamarixia radiata no meio ambiente não causa desequilíbrio, uma vez que não atinge outras espécies de inseto ou plantas.

Ação da Tamarixia radiata

Criação de insetos

Laboratório interação vetor-planta-patógeno

Laboratório de Interação Vetor-Planta-Patógeno

O principal objetivo deste laboratório é possibilitar o pleno andamento das pesquisas desenvolvidas pelo Fundecitrus e seus parceiros, com ênfase maior no controle do greening a partir da resistência genética encontrada nos citros oceânicos.

Após vários anos de experimentação, combinando diferentes métodos de inoculação de Candidatus Liberibacter asiaticus (bactéria associada ao greening) com variações de condições ambientais e características de crescimento das plantas e do psilídeo Diaphorina citri, o Fundecitrus comprovou que é possível maximizar as chances de transmissão da bactéria, desde que as condições ambientais sejam controladas.

O Laboratório de Interação Vetor-Planta-Patógeno viabiliza estudos com maior precisão, permitindo simular de forma mais fiel as condições de campo, onde o psilídeo é o principal meio de disseminação do greening. 

Com aproximadamente 80 m² de área construída, o espaço está subdividido em cinco ambientes que permitem a condução de experimentos independentes, simultâneos e isolados. Para cada ambiente, o fotoperíodo e a temperatura são controlados, e a iluminação é fornecida por um conjunto de iluminação LED full-spectrum, em condições similares às de campo.

Laboratório interação vetor-planta-patógeno
Laboratório interação vetor-planta-patógeno
Repositórios

Artigos Científicos

Os pesquisadores do Fundecitrus têm uma vasta produção científica, o que reflete o compromisso da instituição com a ciência e com o rigor metodológico dos projetos desenvolvidos.

Cada artigo publicado mostra a constante busca por soluções para os desafios do setor e representa um avanço significativo no conhecimento científico, além de enfatizar um rigoroso trabalho de investigação e análise realizado — isso é fazer ciência e consolidar a posição do Fundecitrus na comunidade científica.

Aqui é possível consultar os artigos científicos dos pesquisadores da instituição.

Repositório

Repositório de dados de pesquisa do Fundecitrus

Essa plataforma permite o acesso aos dados gerados nas pesquisas do Fundo de Defesa da Citricultura – Fundecitrus, com o objetivo de promover o compartilhamento de dados entre pesquisadores, proporcionando maior eficiência na produção de conhecimento científico.

Para baixar os dados, você deve selecionar o arquivo de interesse dentro do projeto, preencher o formulário de solicitação e aceitar os termos de uso. Sua solicitação será encaminhada ao pesquisador responsável pelos dados, que autorizará sua disponibilização.

Levantamentos

O Fundecitrus realiza, anualmente, levantamentos de incidência de greening, CVC e cancro cítrico no cinturão citrícola de São Paulo e do Triângulo/Sudoeste Mineiro.

Relatório de levantamento

Tabelas de levantamento

Outros

Gestão de Projetos

O Fundecitrus possui diversos projetos de pesquisa em andamento, em diferentes áreas de estudo dentro da fitossanidade da citricultura, inclusive com financiamento por agências de fomento à pesquisa.

Financiamento de projetos por agências de fomento à pesquisa com participação do Fundecitrus.

Pesquisadores

Antonio Juliano Ayres

Antonio Juliano Ayres

Eliane Cristina Locali

Eliane Cristina Locali

Franklin Behlau

Franklin Behlau

Geraldo José Silva júnior

Geraldo José Silva Júnior

Haroldo Xavier Linhares Volpe

Haroldo Xavier Linhares Volpe

Juan Camilo Cifuentes Arenas

Juan Camilo Cifuentes Arenas

Marcelo Pedreira de Miranda

Marcelo Pedreira de Miranda

Monique Neli Alves

Mônica Neli Alves

Nelson Arno Wulff

Nelson Arno Wulff

Patrícia Monteiro

Renato Beozzo Bassanezi

Renato Beozzo Bassanezi

Rodrigo Facchini Magnani

Rodrigo Facchini Magnani

Wellington Ivo Eduardo

Wellington Ivo Eduardo

Diva do Carmo Teixeira

Diva do Carmo Teixeira

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