Fundecitrus

Pragas e Doenças

Uma diversidade de pragas e doenças afeta a citricultura brasileira. Por meio de pesquisas, o Fundecitrus, em parceria com outras instituições, busca oferecer aos citricultores e à comunidade científica um material de referência para a identificação, prevenção e controle das pragas e doenças mais frequentes ou impactantes nas principais regiões produtoras de citros do país.

Leprose / Ácaro-da-leprose

Cancro cítrico

Morte Súbita dos Citros (MSC)

Pinta preta

Podridão floral

Bicho-furão

Moscas-das-frutas

Mosca-negra

Ortézia

Pulgões

Minador-dos-citros

Escama farinha

Ácaro-da-falsa-ferrugem

Ácaro-branco

Ácaros tetraniquídeos

Ácaro-branco

O ácaro-branco, ou ácaro-do-prateamento-dos-frutos (Polyphagotarsonemus latus), pertence à família Tarsonemidae. Trata-se de uma espécie altamente polífaga, capaz de infestar inúmeras plantas cultivadas e não cultivadas. Seus picos populacionais ocorrem principalmente durante as brotações. O ácaro-branco ataca todas as plantas cítricas cultivadas, mas geralmente causa os maiores prejuízos na produção de limões e de limas-ácidas. Além disso, também pode causar prejuízos na produção de mudas, especialmente em estufas, onde as altas temperaturas e a elevada umidade relativa do ar favorecem o surgimento de brotações.

Ácaro-branco
Ácaro-branco

Essa espécie não tece teias. Seu ciclo biológico é bem rápido, com duração média de 3,7 dias sobre limão-siciliano, passando pelas fases de ovo, larva, pseudopupa e adulto. Na fase larval, os ácaros apresentam coloração branca. As fêmeas adultas apresentam coloração amarelo-clara e medem de 0,17 a 0,30 mm de comprimento. Os machos adultos, menores que as fêmeas, possuem o corpo em formato hexagonal e apresentam o quarto par de pernas bem desenvolvido, enquanto nas fêmeas esse par de pernas é atrofiado. Os machos carregam as pseudopupas fêmeas para garantir a cópula no momento da emergência da fêmea adulta. Os ovos são bastante característicos, com formato oval e recobertos por minúsculos “tubérculos”, o que facilita sua identificação no campo.

Sintomas

Sintomas

O ácaro-branco ataca preferencialmente brotações, flores e frutos em formação. Nas brotações, sua saliva tóxica provoca deformações nas folhas, que se tornam assimétricas, lanceoladas e com as bordas voltadas para baixo (encarquilhadas). Com o tempo, as folhas adquirem coloração verde-escura e aspecto corticoso. Nos frutos, os sintomas iniciam-se com manchas de coloração cinza-prateada, que evoluem para um tom cinza-escuro. Frutos sintomáticos perdem o valor comercial devido ao aspecto visual comprometido e à redução de tamanho, impactando negativamente a produtividade. Em casos severos, há ainda redução na quantidade de óleos essenciais extraídos da casca.

Controle

Controle

O controle do ácaro-branco deve começar com o monitoramento, principalmente durante os períodos de florescimento e na fase inicial de desenvolvimento dos frutos. Recomenda-se amostrar entre 1% e 2% de plantas do talhão. Em cada planta escolhida, devem-se inspecionar as brotações, observando a presença do ácaro em folhas jovens, flores e frutos novos. A presença ou ausência do ácaro deve ser registrada por brotação. O nível de controle sugerido é de 10% de brotações com a presença do ácaro.

Existem diversos acaricidas registrados para o controle do ácaro-branco em citros, sendo a abamectina o ingrediente ativo mais utilizado. Para evitar a seleção de populações resistentes, sugere-se a rotação de acaricidas com diferentes modos de ação, além do uso de produtos biológicos, como os fungos Cordyceps (Isaria) fumosorosea e Hirsutella thompsonii, que possuem ação sobre o ácaro.

A utilização de quebra-ventos contribui para o controle da praga, ao reduzir a dispersão dos ácaros pelo vento. Da mesma forma, o cultivo de plantas intercalares durante o período de formação do pomar pode auxiliar na mitigação da infestação.

Informações

Mais informações

Ácaros

Os ácaros estão entre as principais pragas dos citros, e diversas espécies ocorrem em plantas cítricas. No entanto, somente algumas espécies atingem o status de praga na citricultura. As principais pertencem às famílias Tenuipalpidae, Eriophyidae, Tetranychidae e Tarsonemidade.

Contribuição: Daniel Júnior de Andrade – Pesquisador e professor acarologista da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp de Jaboticabal.