Ácaros tetraniquídeos (desfolhadores)
Diversas espécies de ácaros tetraniquídeos (família Tetranychidae) ocorrem em citros. Entretanto, as espécies Panonychus citri, Eutetranychus banksi e Tetranychus mexicanus são as mais comuns e também as que causam os maiores prejuízos. Esses ácaros são conhecidos como desfolhadores, pois seu ataque provoca intensa queda de folhas. Podem atingir altas populações, especialmente durante os períodos de seca prolongada. Infestam preferencialmente as folhas, mas, em altas populações, podem infestar frutos.
Aplicações sucessivas e/ou indiscriminadas de inseticidas, como piretroides e neonicotinoides, podem causar grandes desequilíbrios nas populações de tetraniquídeos, resultando em surtos populacionais dessas pragas.
O ácaro-purpúreo (Panonychus citri) é a espécie mais conhecida dentre os ácaros desfolhadores dos citros. Tece pequena quantidade de teias. As fêmeas desta espécie medem cerca de 0,5 mm e apresentam coloração vermelho-escura, com longas setas dorsais inseridas em “tubérculos”. Trata-se de uma espécie presente em diversos países produtores de citros, incluindo o Brasil. Em São Paulo, é mais comum nas regiões do sul do estado, devido às temperaturas mais amenas em comparação com as regiões do norte.

Eutetranychus banksi, também conhecido como ácaro-texano, é uma espécie que não tece teias. Habita preferencialmente as nervuras das folhas. As fêmeas medem cerca de 0,5 mm e têm coloração variável, que pode ir do amarelo-brilhante com manchas esverdeadas ao marrom-escuro esverdeado. Os machos são menores que as fêmeas e possuem pernas longas. Os ovos, de coloração esverdeada, são depositados principalmente ao longo das nervuras.

O ácaro-mexicano (Tetranychus mexicanus) infesta principalmente mudas em viveiros e pomares em formação. Tece muitas teias, o que facilita o seu reconhecimento em campo. A coloração das fêmeas varia conforme o alimento, mas geralmente é vermelha ou esverdeada, com manchas escuras no dorso.


Sintomas
As três espécies atacam principalmente as folhas, causando inúmeras pontuações cloróticas que levam à desfolha e ao ressecamento dos ponteiros das plantas. Em frutos, os danos podem causar descoloração da casca.

Em algumas situações, os danos causados pelos ácaros desfolhadores assemelham-se aos provocados por formigas cortadeiras, devido à queda intensa de folhas dos ponteiros. Além disso, elevadas infestações de ácaros desfolhadores, principalmente em áreas não irrigadas, podem causar abortamento de frutos.


Controle
O controle de ácaros desfolhadores é frequentemente difícil, principalmente devido à escassez de acaricidas eficientes no mercado e à falta de chuvas em determinados anos. O manejo deve começar com o monitoramento para detecção das infestações ainda no início. O controle realizado nesse momento tende a ser mais eficiente e mais prolongado.
Sugere-se amostrar de 1% a 2% das plantas do talhão, coletando quatro folhas maduras por planta (uma por quadrante, na região mediana da copa). Conta-se o número de ácaros tetraniquídeos por folha (até o máximo de 20 folhas por planta). O nível de controle sugerido é de 10% das folhas com cinco ou mais ácaros.

Mais informações
Ácaros
Os ácaros estão entre as principais pragas dos citros, e diversas espécies ocorrem em plantas cítricas. No entanto, somente algumas espécies atingem o status de praga na citricultura. As principais pertencem às famílias Tenuipalpidae, Eriophyidae, Tetranychidae e Tarsonemidade.
Contribuição: Daniel Júnior de Andrade - Pesquisador e professor acarologista da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp de Jaboticabal.