A chegada das brotações nos pomares de laranja, que acontece no segundo semestre do ano, marca um período crítico para os citricultores do cinturão. Essa fase, que vai de julho a outubro, concentra entre 50% a 80% das brotações anuais dependendo da região. O processo se intensifica com o início das chuvas, exigindo maior rigor no controle do psilídeo, inseto que se alimenta dos brotos e transmite a bactéria causadora do greening. Dados da plataforma Alerta Psilídeo apontam um aumento de 55% no número de brotações na segunda quinzena de julho, em comparação com a primeira.
Esse estágio do desenvolvimento da planta é especialmente delicado, pois as brotações novas são altamente vulneráveis ao ataque do psilídeo. O pesquisador do Fundecitrus Juan Camilo Cifuentes Arenas alerta para a importância de intensificar os cuidados fitossanitários, sobretudo as pulverizações, até que as folhas estejam mais desenvolvidas e menos suscetíveis. “Essas brotações são as mais favoráveis para o psilídeo se alimentar e, principalmente, transferir a bactéria do greening. Por isso, mais de 50% das capturas do inseto ocorrem nesse período. Quanto maior a brotação, mais alimento disponível e maior a incidência do inseto”, explica.
Ainda segundo a plataforma, as capturas de psilídeos em armadilhas aumentaram 10% na segunda quinzena de julho, em relação à quinzena anterior.
Plantas doentes: mais brotação e maior risco
O pesquisador também chama atenção para o comportamento diferenciado das plantas infectadas. “Por causa do greening, elas tendem a brotar em quantidade muito maior e até dois meses antes das saudáveis, o que amplia as chances de infecção e disseminação da doença. Por isso, o momento exige vigilância constante dos produtores e estratégias de manejo mais rigorosas”, reforça Arenas.
