O diretor-executivo do Fundecitrus, Juliano Ayres, e o pesquisador Nelson Wulff estiveram na China, na semana passada, em uma missão técnica com o objetivo de conhecer de perto as estratégias inovadoras adotadas no combate ao greening e fortalecer parcerias de pesquisa com as principais instituições científicas do país. A agenda incluiu visitas técnicas e participação em um simpósio internacional sobre inovações biotecnológicas voltadas ao controle da doença.
Entre os destaques da programação, esteve a visita à casa de vegetação da Academia Chinesa de Ciências, em Pequim, onde estão sendo realizados testes com peptídeos terapêuticos para o combate ao greening. Esses testes envolvem formulações descritas em um artigo publicado na conceituada revista Science, em abril deste ano, além de uma nova geração de moléculas ainda em fase de desenvolvimento. O simpósio foi organizado pelo renomado professor Jian Ye, autor do artigo e diretor do Departamento de Agromicrobiômica e Biotecnologia do Instituto de Microbiologia da Academia. A abertura do evento foi conduzida por Wei Qian, diretor do Instituto, que apresentou os avanços científicos da instituição, incluindo o desenvolvimento de terapias contra a Covid-19, algodão geneticamente modificado, trigo editado e tratamentos voltados ao greening.
Durante o evento, Juliano Ayres apresentou um panorama da citricultura brasileira, destacando as estratégias de manejo adotadas no combate à doença no país, e enfatizou a importância da cooperação científica entre Brasil e China. Já o pesquisador Nelson Wulff abordou abordagens biotecnológicas promissoras no controle do greening.
Experimentos
O simpósio também contou com a participação de pesquisadores da Southwest University e da própria Academia Chinesa de Ciências, que apresentaram estudos sobre germoplasma resistente, genes de resistência em plantas silvestres e novas tecnologias de controle da doença. “Fizemos uma visita muito importante ao campo experimental e às casas de vegetação onde estão sendo conduzidos experimentos com novos peptídeos voltados ao controle da bactéria do greening em laranjeiras doentes. Se essa estratégia for bem-sucedida, representará uma quebra de paradigmas e uma esperança concreta não só para a citricultura brasileira, mas para todo o setor mundial. Sem dúvida, esse encontro com pesquisadores chineses é um avanço significativo, pois abre novas perspectivas para consolidarmos uma importante cooperação científica internacional, com a possibilidade, no curto prazo, de replicarmos os testes em condições brasileiras e validarmos o real potencial dessa tecnologia no controle do greening, doença que há anos desafia a citricultura global”, afirma Ayres.
A China, um dos centros de origem da citricultura e atualmente o maior produtor mundial de citros, tem se destacado pela rápida adoção de tecnologias e pela modernização de seu setor. “O Fundecitrus tem em seu DNA a busca constante por cooperação científica internacional, sempre pautada na inovação e na resolução dos desafios da citricultura brasileira. Venceremos o greening com esse espírito de solidariedade, cooperação e senso de urgência. Precisamos continuar avançando, pois só assim encontraremos o ‘calcanhar de Aquiles’ dessa doença”, finaliza.
