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Mosca das Frutas

Mosca das Frutas

Há três tipos de mosca das frutas que atacam citros: mosca do Mediterrâneo (Ceratitis capitata) e mosca sul-americana (Anastrepha fraterculus), ambas da família Tephritidae e mosca-da-mandioca (Neosilba spp.), da família Lonchaeidae. As duas primeiras são nativas do Brasil e a última foi identificada em 1901.
 
Estima-se redução na produção de 30 a 50% onde há ataque da praga. Os pomares próximos a cafezais são mais suscetíveis ao ataque da mosca-do-mediterrâneo, que migra para os pomares de laranja, após a safra do café.
 
No estado de São Paulo, a C. capitata ataca principalmente as variedades Pera, Valência, Natal e Murcott, nas regiões de Araraquara, São José do Rio Preto, Bebedouro e Presidente Prudente, de julho a novembro. 
 
A mosca A. fraterculus infesta as variedades Lima, Hamlin, Bahia, Cravo,  Ponkan, Natal, Valência, Pera e Murcott nas regiões de Limeira, Conchal, Campinas, Jundiaí, Atibaia e Nazaré Paulista. 
 
Identificação
A mosca sul americana tem coloração predominantemente amarelada e mede cerca de 6,5 mm de comprimento. Nas asas, há três faixas, em S e em V invertido, que facilitam o seu reconhecimento. É a espécie que atinge o maior número de frutíferas no Brasil, tendo sido registrada em 68 espécies.
 
A mosca-do-mediterrâneo tem o tórax negro com manchas esbranquiçadas e escutelo dilatado, negro e brilhante, com estreita faixa amarela na base, e asas com pontos negros na metade. Em todo o mundo, está associada a 374 espécies de frutíferas. No Brasil, desenvolve-se em 58 espécies de hospedeiros.
 
A mosca da mandioca mede cerca de 4 mm de comprimento, tem coloração negra brilhante e asas transparentes.  Ainda há poucos estudos sobre os efeitos desta espécie e seus níveis de infestação nos pomares de laranja. 
 
Ciclo de vida
Os machos formam agregações nas folhas, em razão da sua atração pelo feromônio produzido por outros machos, que auxilia na localização e seleção dos casais. As fêmeas apresentam um período de pré-oviposição, quando consomem alimentos ricos em proteína, que dura entre15 e 35 dias. A oviposição é influenciada pela temperatura, luminosidade e pelas características do fruto (estágio de amadurecimento, forma, tamanho e características da casca). Quando as larvas estão totalmente desenvolvidas, abandonam o fruto e pupam no solo. O período de incubação leva de dois a três dias, o larval de 10 a 15 dias; o pupal, de 13 a 17 dias. Um adulto pode viver até 180 dias. 
 
Amostragem
Armadilha: O modelo mais utilizado de armadilha é o frasco caça-moscas tipo McPhail de plástico. Pode-se improvisar, entretanto, uma armadilha desse tipo com garrafas plásticas de refrigerante, água ou soro hospitalar. Nessas armadilhas, é usado um atrativo alimentar, como por exemplo, proteína hidrolisada de milho a 5%, suco de frutas (uma parte de suco e quatro de água) ou melaço de cana-de-açúcar a 7%. 
 
Para coleta da mosca do mediterrâneo, usa-se a armadilha de Jackson com trimedlure (feromônio sexual específico para machos). As armadilhas devem ser instaladas no terço superior da copa das plantas que ficam na periferia do pomar e abrigadas do sol. É importante sempre coletar também amostras de frutos para saber quais as espécies que estão atacando as laranjas.

Fotos

Mais informações

Recomenda–se a coleta e ensacamento de frutos caídos, que devem ser enterrados em seguida a, pelo menos, 30 cm de profundidade. Pode-se ainda utilizar iscas tóxicas por meio da adição de inseticidas nas armadilhas de monitoramento. Nas áreas em que houver detecção de grande quantidade de moscas, deve-se realizar aplicação de inseticida associado com proteína hidrolisada (5%) ou melaço (10%), com jato dirigido ao terço superior da copa das plantas.

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