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China se moderniza e aprimora manejo do HLB

Sediada na região que foi o berço da citricultura e também do Huanglongbing (HLB/greening), a China está buscando no estado de São Paulo exemplos para combater a doença e manter o crescimento da produção de citros no país.

"A China deu um salto de qualidade na citricultura em oito anos. Há ainda muita coisa a fazer, mas eles estão agindo e vem fazendo uma revolução na forma de produzir", conta o gerente do departamento de Pesquisa e Desenvolvimento do Fundecitrus, Juliano Ayres, que visitou o país no final de 2013.

Entre as medidas inspiradas na citricultura paulista estão a instalação de viveiros protegidos, o monitoramento do psilídeo por meio de armadilhas adesivas amarelas e o controle intensivo e regional do inseto, com duas aplicações nos quatro fluxos vegetativos das plantas.

Além disso, o governo chinês implantou um forte trabalho de extensão e fomento ao citricultor com objetivo de adotar o conceito de controle regional do inseto. O Estado também estimula o plantio de novas áreas a eliminação das plantas doentes após a colheita.

De acordo com Ayres, as medidas começaram a surtir efeito. "Esse novo conceito de produção tem permitido um incremento de produtividade, melhor qualidade das frutas e menor incidência do HLB nos pomares", afirma. Outra alternativa encontrada pelos produtores chineses para a manutenção da produção é a busca por regiões livres do HLB e do psilídeo, já que dez das 19 províncias citrícolas ainda não detectaram a doença.

A China é, atualmente, o maior produtor mundial de citros com 648 milhões de caixas na safra de 2013, em uma área em 2,11 milhões de hectares. O incremente da produtividade na última década até atingir a marca de 30 toneladas por hectare em algumas propriedades é mais um indicativo do progresso da citricultura chinesa que, em 2005, produzia apenas 7,5 toneladas por hectare. Também contribui para o crescimento da produção o alto adensamento do pomar que tem entre mil e 1,5 mil plantas por hectare e utilização de mudas de viveiro protegido, além da adoção de novas tecnologias nos pomares.

As tangerinas e mandarinas representam 68% da produção e a laranja 19%. Mais de 95% da produção são consumidos pelo mercado interno, alavancado pelo crescimento econômico do país, que cresceu uma media de 8% por ano na última década. A fruta cítrica faz parte da alimentação do chinês e é vendida em ruas, praças e estradas, mas é consumida in natura. Ainda há um enorme potencial para o mercado de suco. O consumo per capita da bebida na China é de 0,3 litro, enquanto a média mundial é de 3,2 litros e nos Estados Unidos é de 16 litros por ano. Mas este índice vem crescendo cerca de 20% ao ano, podendo transformar a China em um grande consumidor mundial.

Essa matéria e outras podem ser acessadas na revista  Citricultor nº23