Em agosto de 1988, sob a coordenação do Fundecitrus, teve início o primeiro censo de inspeção citrícola no estado de São Paulo, um levantamento detalhado das principais regiões produtoras com o objetivo de detectar focos de cancro cítrico e os estágios de desenvolvimento da doença, informações que guiariam a posterior adoção de medidas para a proteção da citricultura paulista. Ao fim do mapeamento, em dezembro de 1989, 65,9 milhões de pés de laranja de 16,8 mil propriedades foram inspecionados por cerca de 1,5 mil profissionais em 60 municípios das divisões regionais agrícolas de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.

O trabalho contou com a colaboração dos citricultores, conscientes da importância do levantamento, e também dos prefeitos dos municípios visitados, cientes da relevância da citricultura para as economias locais. Durante as inspeções, era realizado também um trabalho educativo junto aos produtores, com destaque para o papel do homem na transmissão do cancro cítrico.

Após o encerramento do censo, os resultados mostraram a eficácia das ações realizadas pela ainda atuante Campanha Estadual de Prevenção ao Cancro Cítrico (Ceprecc), criada pelo Fundecitrus em 1984: foram encontrados focos da doença em apenas três propriedades, situadas em José Bonifácio, São José do Rio Preto e Urupês. O diretor do Fundecitrus à época, José Carlos Fava, destacou o esclarecimento dos citricultores ao comentar os dados obtidos. “Se o cancro cítrico está sob controle em São Paulo, é devido à conscientização havida no setor. Os produtores estão conscientes do perigo que a doença representa”, declarou.

Vislumbrando o futuro

Em fevereiro de 1990, Fava já reconhecia que, no futuro, além da prevenção e combate ao cancro cítrico, a ação da instituição poderia se ampliar. “Gostaríamos de ver o órgão assumindo novas funções e sendo cada vez mais aprimorado. Desde sua fundação [1977], seu caminho tem sido ascendente e sempre obtendo bons resultados. A entidade poderá se constituir numa fonte de subsídios e orientações para os produtores e para o setor industrial, impulsionando o desenvolvimento de uma citricultura cada vez mais sadia”, disse.